Falarei nos próximos parágrafos sobre os bloqueios
psicológicos que entravam nossa evolução moral, esses bloqueios surgem no
decorrer de nossa vida com as experiências vividas no dia a dia, geralmente
esses traumas estão associados a sentimentos negativos que adquirimos em nossa
escala evolutiva.
Como espirito, nascemos simples e ignorantes, e o primeiro
defeito moral a surgir é o egoísmo que surgiu nos tempos primórdios da evolução,
onde o homem necessitando lutar por seu alimento e pelo direito de acasalar o
fazia através da violência, devido à falta de conhecimento de métodos mais
civilizados. Com a violência empregada pelo homem na aquisição de suas
necessidades básicas surgiu também a crueldade, o orgulho entre outros graves
defeitos.
Kardec explica, o que é ignorância, no livro "O Céu e o
Inferno", Primeira Parte, Capítulo VIII, item 12, como sendo “sem
conhecimentos nem consciência do bem e do mal, porém, aptos para adquirir o que
lhes falta.
Portanto o homem não tinha consciência de si mesmo e era
assim bastante animalizado, mas já trazia dentro de si os instintos que são sementes
dos sentimentos nobres, instintos como: instinto de sobrevivência, de
perpetuação das espécies e outros que vão sendo lapidados a ferro e fogo no
decorrer das situações vivenciadas pelo espírito na carne e fora dela, quanto
mais os espíritos evoluem intelectualmente e incorporam em suas consciências novos
conceitos, menos ele necessita do sofrimento para evoluir, sendo a ignorância
um dos fardos que jesus promete tirar das pessoas que O procura, tornando mais
suave a caminhada evolutiva.
Nas palavras de São Luís, à questão 1006 de "O Livro
dos Espíritos", “apenas os criou a todos simples e ignorantes, tendo
todos, no entanto, que progredir em tempo mais ou menos longo, conforme a
vontade de cada um. Percebemos com clareza nessa passagem do livros dos
espíritos que a vontade é que nos move, sendo esse movimento realizado sempre
em direção ao bem, porem de forma mais ou menos acelerada dependendo do fato
dessa vontade ser mais persistente no bem ou no mal.
Livro dos espíritos questão 120. “Todos os Espíritos passam
pela fieira do mal para chegar ao bem?”
“Pela fieira do mal, não; pela fieira da ignorância.”
Portanto não precisamos sofrer para evoluir, se sofremos é
porque escolhemos o mau em vez do bem, pois nosso livre arbítrio nos permite
fazer essa escolha.
Kardec afirma na revista espirita de junho de 1863 que o
Espírito criado simples e ignorante está, em sua origem, num estado de nulidade
moral e intelectual, como a criança que acaba de nascer; se não fez o mal, não
fez, não mais, o bem; não é nem feliz nem infeliz; age sem consciência e sem
responsabilidade; uma vez que nada tem, nada pode perder, e não pode, não mais,
retrogradar; sua responsabilidade não começa senão do momento em que se
desenvolve nele o livre arbítrio; seu estado primitivo não é, pois, um estado
de inocência inteligente e racional; por consequência, o mal que faz mais tarde
infringindo as leis de Deus, abusando das faculdades que lhes foram dadas, não
é um retorno do bem ao mal, mas a consequência do mau caminho em que se empenhou.”
Portando o espirito quando criado não tem amor nem ódio, e
não tem conhecimento de nada apenas faz suas escolhas conforme seu livre
arbítrio.
O amadurecimento psicológico adquirido em nossas
experiências é que nos colocará em posição de conforto em relação ao
sofrimento.
Os complexos psicológicos que tanto nos atordoam são
variados e cada um em sua caminhada adquiri um grupo distintos desses
complexos; os mais comuns são: complexos de inferioridade, os narcisismos, a agressividade,
a culpa, o medo, a timidez, e podem evoluir até os estados graves de alienação
mental.
Eu sou o que sou e a partir do que sou tenho que me recriar
a cada momento transformando comportamentos removendo traumas que mim mantem
preso a conceitos inibidores do meu progresso moral, não sou culpado sou um ser
em desenvolvimento, não preciso ter medo, pois as leis naturais me proporcionam
exatamente o que eu preciso para evoluir e além disso conto com a orientação e
a proteção espiritual para me confortar, aliviar e até evitar meu sofrimento. O
amor contido nessas entidades espirituais é o responsável por essas ações que
tanto me auxiliam.
Devemos ser sempre agradecido a Deus por nos criar para ser
um futuro cristo pleno de um gozo indescritível no paraíso divino de eterno amor
e ternura.
Para isso, não devemos nos julgar, nem nos justificarmos, nem
nos culparmos de nada. Devemos apenas nos descobrirmos nos melhorando a cada
instante.
A transformação interior ocorre, utilizando-se dos
instrumentos do auto-amor, da auto-estima, da oração que estimula a capacidade
de discernimento, da relaxação que libera das tensões, da meditação que faculta
o crescimento interior.
O auto-amor ensina-nos a encontrar-nos e desvela os
potenciais de força íntima em nós jacentes.
A auto-estima leva-nos à fraternidade, ao convívio saudável
com o nosso próximo, igualmente necessitado.
Toda vez que sentimos necessidade de chamar a atenção, nos
promovendo de alguma forma, é um sinal de alerta de que estamos sendo vítima do
desequilíbrio de nosso ego e fatalmente isso nos trará problemas.
A constante conscientização do estado ilusório da matéria, e
a certeza de um mundo vindouro mais feliz, nos conduzirá a humildade e a
vontade de cooperar com nosso próximo para que todo mundo evolua. Porquanto a
vaidade é uma perigosa manifestação de desequilíbrio interior e a competição
social pode soar como um sinal de alerta.
Ponto
Ponto de equilíbrio que se chama humildade
Contrapõe com a destrutiva vaidade
Humildade que traz amor e caridade
Vaidade que traz destruição e maldade
Ponto de apoio que se chama amor
Contrapõe ao ódio que traz a dor
Amor que carrega que traz doce sabor
Ódio que traz sofrimento e amargor
Ponto de doçura que se chama paz
Turbulência que desequilíbrio traz
Paz que na meiguice se compraz
Turbulência destruidora e voraz
Ponto de alegria que se chama luz
Escuridão que à dor conduz
Luz que ilumina o caminho da cruz
Escuridão que cega como capuz
Kleber Lages