Ter fé não significa adorar a verdade a beleza e a bondade,
aceitar e entender as coisas que Jesus ensinou significa apenas conhecer a
verdade. Assimilar e referenciar essas verdades são um sistema de crenças mais
ligado à filosofia do que a religião, mas a fé real se expressa mais nas
atitudes do que nas palavras, o conhecimento religioso muitas vezes escraviza
mantendo o conhecedor preso em seus conceitos, limitados pela incapacidade
intelectual de adquirir novos conhecimentos; a fé verdadeira eleva o espirito e
ajusta moralmente a conduta do individuo.
A fé sem obra é morta e a crença que é intelectual não nos impulsiona
a construção moral em nossa labuta diária apenas nos informam que os conceitos
religiosos existem e devem ser respeitados, mas a fé verdadeira nos faz abraçar
esses conceitos e tentar pratica-los o máximo possível apesar de nosso orgulho,
vaidade e egoísmo.
Para a fé verdadeira os conceitos religiosos estão em
primeiro lugar e devem ser vividos com tal importância, não se podem usar esses
conceitos para justificar pequenas atitudes egoístas do nosso dia a dia. Se se
acredita no amor fraterno então não pode existir maior ou menor grau de
preconceitos. A fé verdadeira nos deixa cego em relação a isso e se alguém
realmente acredita no amor, não acreditará no preconceito, portanto não poderá
entendê-lo nem assimila-lo, o preconceito simplesmente não existirá para àquela pessoa,
embora isso acarrete certas dificuldades no cenário social que a pessoa está
inserida. A fé real muitas vezes nos coloca como pessoas inocentes e tolas por
não perceber e não aceitar a existência de determinados defeitos em outras
pessoas, esse é um dos motivos que obriga o amor a Deus sobre todas as coisas,
pois o suposto inocente precisa de proteção espiritual extra para não ser
esmagado pela sociedade, assim como as crianças que são também detentoras dessa
inocência tem garantido o direito a essa proteção divina extraordinária, muitas
vezes não compreendemos direito a expressão de Jesus quando ele disse: “Em
verdade vos digo que, se não vos convertestes e não vos tornardes como criança,
de modo algum entrareis no reino dos céus” na verdade jesus está falando de fé
e bondade nas entrelinhas, pois como eu já disse, anteriormente, se você
acredita com toda fé na bondade não sobrará margem em seu coração para
acreditar na maldade e você será considerado um inocente para os homens e um
“anjo” para Deus.
A crença ou o conhecimento da verdade é um curto caminho para
a fé, mas só se tornará fé real quando aliada a vontade de servir a Deus e de
ser perfeito como Ele, quando essas duas forças; a fé e a vontade se alinham,
surge a fé verdadeira capaz de modificar nossas atitudes diárias.
Uma doutrina imposta a um grupo de pessoas é uma crença, a fé
verdadeira é individual e se manifesta na conduta diária do individuo revelando
e aprofundando sua relação com os ideais divinos, cumprir a doutrina de um
grupo não é fé e nem chega a ser religião é apenas um conhecimento, e
continuará o sendo até que os ideais divinos embutidos na doutrina passam a ser
verdadeiramente praticados.
Na fé real os problemas da vida material tem que ser
resolvidos, pois são eles o sal que tempera nosso crescimento moral; não pode
haver fanatismo nem impaciência nem intolerância, pois a fé real em Deus
deixará o leme de nosso barco nas mãos de jesus, não ficaremos preocupados com
o amanhã, não nos revoltaremos com os acontecimentos em nossa vida, não
duvidaremos de nosso sucesso final na vida espiritual e diante de tudo isso a
fé nos proporcionará a sublime paz interior que cada um anseia.