Amigos leitores; estou lendo o livro no mundo maior e achei super. interessante este artigo de EMMANUEL, por isso estou publicando para sua meditação.
E já que estou
falando com você gostaria de reiterar minha disponibilidade em responder duvidas
e ouvir críticas e sugestões grato,
Kleber
Na jornada evolutiva
Dos quatro cantos da Terra
diariamente partem viajores humanos, aos milhares, demandando o país da Morte.
Vão-se de ilustres centros da cultura européia, de tumultuárias cidades
americanas, de velhos círculos asiáticos, de ásperos climas africanos.
Procedem das metrópoles, das vilas, dos campos ...
Raros viveram nos montes da sublimação, vinculados aos deveres
nobilitantes. A maioria constitui-se de menores de espírito, em luta pela outorga
de títulos que lhes exaltem a personalidade. Não chegaram a ser homens
completos. Atravessaram o “mare magnum” da humanidade em contínua
experimentação. Muita vez, acomodaram-se com os vícios de toda a sorte, demorando
voluntariamente nos trilhos da insensatez. Apesar disso, porém, quase sempre
se atribuíam a indébita condição de “eleitos da Providência”; e, cristalizados
em tal suposição, aplicavam a justiça ao próximo, sem se com penetrarem das
próprias faltas, esperando um paraíso de graças para si e um inferno de
intérmino tormento para os outros. Quando perdidos nos intrincados meandros do
materialismo cego, fiavam, sem justificativa, que no túmulo se lhes encerraria
a memória; e, se filiados a escolas religiosas, raros excetuados, contavam,
levianos e inconseqüentes, com privilégios que jamais nada fizeram por
merecer.
Onde albergar a estranha e infinita caravana? como designar a mesma
estação de destino a viajantes de cultura, posição e bagagem tão diversas?
Perante a Suprema Justiça, o malgache e o inglês fruem dos mesmos direitos.
Provavelmente, porém, estarão distanciados entre si, pela conduta Individual,
diante da Lei Divina, que distingue, invariavelmente, a virtude e o crime, o
trabalho e a ociosidade, a verdade e a simulação, a boa vontade e a
indiferença. Da contínua peregrinação do sepulcro, participam, todavia, santos
e malfeitores, homens diligentes e homens preguiçosos.
Como avaliar por bitola única recipientes heterogêneos?
Considerando, porém, nossa origem comum, não somos todos filhos do mesmo Pai?
E por que motivo fulminar com inapelável
condenação os delinqüentes, se o dicionário divino inscreve a letras de logo as
palavras “regeneração”, “amor” e “misericórdia”? Determinaria o Senhor o
cultivo compulsório da esperança
entre as criaturas, ao passo que Ele mesmo, de Sua parte, desesperaria?
Glorificaria a boa vontade, entre os homens, e conservar-se-ia no cárcere
escuro da negação? O selvagem que haja eliminado os semelhantes, a flechadas,
teria recebido no mundo as mesmas oportunidades de aprender que felicitam o
europeu supercivilizado, que extermina o próximo à metralhadora? estariam
ambos preparados ao ingresso definitivo no paraíso de bem-aventurança
infindável tão sÔmente pelo batismo simbólico ou graças a tardio
arrependimento no leito de morte?
A lógica e o bom-senso nem sempre se compadecem
com argumentos teológicos imutáveis. A vida nunca interrompe atividades
naturais, por imposição de dogmas estatuídos de artifício. E, se mera obra de
arte humana, cujo termo é a bolorenta placidez dos museus, exige a paciência de
anos para ser
empreendida e realizada, que dizer da obra sublime do aperfeiçoamento da alma,
destinada a glórias imarcescíveis?
Vários companheiros de ideal estranham a cooperação
de André Luiz, que nos tece informações sobre alguns setores das esferas mais
próximas ao comum dos mortais.
Iludidos na teoria do menor esforço, inexistente
nos círculos elevados, contavam com preeminência pessoal, sem nenhum testemunho
de serviço e distantes do trabalho digno, em um céu de gozos contemplativos, exuberante de conforto melifico.
Prefeririam a despreocupação das galerias, em beatitude permanente, onde a
grandeza divina se limitaria a prodigioso. espetáculos, cujos números mais surpreendentes
estariam a cargo dos Espíritos Superiores, convertidos em jograis de vestidura
brilhante.
A missão de André
Luiz é, porém, a de revelar os tesouros de que somos herdeiros felizes na Eternidade,
riquezas imperecíveis; em cuja posse jamais entraremos sem a Indispensável
aquisição de Sabedoria e de Amor.
Para isto, não lidamos em milagrosos
laboratórios de felicidade improvisada, onde se adquiram dotes de vil preço e
ordinárias asas de cera. Somos filhos de Deus, em crescimento. Sela
nos campos de forças condensadas, quais os da luta física, seja nas esferas de
energias sutis, quais as do plano superior, os ascendentes que nos presidem os
destinos são de ordem evolutiva, pura e simples, com indefectível justiça a
seguirmos de perto, à claridade gloriosa e com passiva do Divino Amor.
A morte a ninguém propIciará
passaporte gratuito para a ventura celeste. Nunca promoverá compulsoriamente
homens a anjos. Cada criatura trans-porá essa aduana da eternidade com a
exclusiva bagagem do que houver semeado, e aprenderá que a ordem e a
hierarquia, a paz do trabalho edificante, são característicos imutáveis da
Lei, em toda parte.
Ninguém, depois do sepulcro, gozará de um descanso
a que não tenha feito jus, porque “o Reino do Senhor não vem com aparências externas”.
Os companheiros que compreendem, na experiência
humana, a escada sublime, cujos degraus há que vencer a preço de suor, com o
proveito das bênçãos celestiais, dentro da prática Incessante do bem, não se
surpreenderão com as narrativas do mensageiro interessado no servir por amor.
Sabem eles que não teriam recebido o dom da vida para matar o tempo, nem a
dádiva da’ fé para confundir os semelhantes, absorvidos, que se acham, na execução
dos Divinos Desígnios. Todavia, aos crentes do favoritismo, presos à teia de
velhas ilusões, ainda quando se apresentem com os mais respeitáveis títulos,
as afirmativas do emissário fraternal provocarão descontentamento e
perplexidade.
É natural, porém: cada lavrador respira o ar do
campo que escolheu.
Para todos, contudo, exoramos a bênção do Eterno:
tanto para eles, quanto para nós.
EMMANUEL
Pedro
Leopoldo, 25 de março de 1947.
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