consciência pura e transitória.
A consciência e o conhecimento não existem separados, embora
sejam diferentes; o conhecimento é o saber mais didático, é a interpretação do
termo ou do fato, a consciência vai além do fato de que algo existe e vai até
mesmo além da certeza, é algo que se sabe de forma inabalável e definitiva, a
consciência não pode ser algo que está sendo, não pode ser transitória, ela é
algo real e permanente e não pode ser apenas percebida, ela tem que ser sentida
e testificada por planos mais profundos do nosso ser.
O simples fato de observarmos o objeto não nos dá consciência
clara de sua existência, visto que o julgaremos com base em nossos conceitos internos,
o objeto pode ser real e não definitivo, não podemos ter consciência plena e
definitiva de algo passageiro, assim sendo a consciência em relação a aquele
objeto está abalada com reticencias, não podendo garantir a permanência da
certeza do mesmo, ele pode existir apenas naquele momento ou pode existir
apenas em outro ponto do universo perfeito e definitivo, apesar de nossa mente
arquivar em nossa ser, e consequentemente no universo a imagem desse objeto,
essa imagem já existia anteriormente no campo quântico das possibilidades e
passa a ser real apenas quando é sintonizado e assimilado por uma consciência, enquanto
objeto, se esse mesmo objeto deixar de ser sintonizado por algum tipo de
consciência ele se dissolverá voltando a ser energia pura e jamais poderá se
transformar em uma realidade integrante do universo, o objeto interpretado pela
mente não sendo definitivo não pode ser uma consciência pura, ele apenas
existirá como consciência definitiva e real em sua origem quântica universal,
quando o homem pensou pela primeira vez nesse objeto ele já existia como
possibilidade em algum ponto do universo, essa possibilidade foi expressada
pela mente, criando para a mente um pensamento que é uma matriz energética, e
criando para a matéria uma outra matriz enérgica modelada a partir de matérias
existentes na natureza, qual matriz energética poderá ser o objeto de
consciência pura, se não aquela já existente no campo quântico de
possibilidades? que quando pensada adquire uma forma adaptada aos conceitos
humano? Mas essa possibilidade depois de pensada certamente deixa de ser uma
possibilidade e passa a existir no plano material de forma passageira e no
arquivo universal de pensamentos dentro da mente humana, nesse local essa
realidade já carregada com todas as experiências que poderia adquirir, esse
objeto passa a ser uma consciência definitiva quando acessada, podendo então se
materializar com todas as moléculas e átomos com os quais foi expresso no plano
material, já que nesse plano a matéria não passa de condensação de energias
feitas a partir da variação gravitacional.
Nessa linha de pensamento nossa percepção não produz
consciência. Mas transforma possibilidades em percepção de consciência.
A luz que é condensada como matéria é condensada também como
pensamento e espirito criando a realidade interna de cada ser, não sendo também
essa realidade uma consciência, já que essa realidade existe em constante
transformação e jamais será definitiva. Podemos ter consciência somente de
nossa existência porque essa existência estando ou não em transformação é eterna.
Também a imagem do objeto material estará sempre em
transformação e não pode ser consciência, mesmo o pensamento não pode ser consciência,
pois o mesmo dá forma ao objeto e a forma como já foi dito estará sempre em
transformação, assim nos resta o conceito que temos em relação ao objeto, sendo
esse mais intuitivo e recebido das partes mais profundas do nosso ser. Então a
consciência não é matéria nem pensamento, nem razão, é conceito, é a visão do
objeto em todos os seus aspectos visíveis e invisíveis, compreendidos e não
compreendidos por nossa razão, não tendo nós o conhecimento absoluto, um
conceito não tem que ser explicado racionalmente por nós, algo não pode deixar
de ser real simplesmente porque não o compreendemos, a consciência, por
exemplo, é algo incompreensível por nós, no entanto ela existe e nos brinda
constantemente com sua inebriante fascinação.
Para simplificar o entendimento podemos classificar a consciência
em níveis de profundidade, assim partindo da consciência pura definida no texto
acima podemos definir que um objeto mesmo em sua forma pode ser determinado
como um nível de consciência emanada de forma mais superficial e transitória
pelo observador. Mas esse nível de consciência seria incapaz de validar
experiências cientificas como a de partícula onda, onde na presença da
consciência do observado a onda se comporta como partícula e na ausência dessa
consciência ela se comporta como onda. No dia a dia o pensamento é transformado
em objetos, ou seja, a onda é transformada em partícula, nesse caso a
consciência mais profunda está na onda e a mais superficial na partícula ou
objeto, pode-se pensar que a consciência existe indiferente de ondas, de
partículas, de pensamentos, ou de qualquer outra coisa, ela cria toda
realidade, ela existe em si e não no objeto ou no pensamento.
Um nível interessante de consciência é o gerado pelo conceito
de certo e errado, na natureza incluindo nós, tudo tende ao equilíbrio e quando
esse equilíbrio é quebrado o sistema se vê atribulado por perturbações e
sofrimento, vamos pegar como exemplo nossa paz interior, nosso equilíbrio
interno se dá baseado em nosso conceito de certo ou errado, se pelo que entendemos
como certo é o que fazemos ficamos tranquilos, se fizermos o contrario, nossa
mente nos acusa e passa a nos incomodar, isso é uma forma superficial de consciência
que mais cedo ou mais tarde se manifestará cobrando uma retratação, e porque
isso ocorre? Já que aparentemente pra nós estamos fazendo o que é certo? Isso
acontece porque temos em níveis mais profundos do nosso ser códigos de conduta
que nos direciona para o amor, para o equilíbrio universal entre todos os seres
e todas as partículas e ondas existentes, esse código de conduta é também uma
forma de consciência pura fazendo de nossos conceitos internos uma consciência
transitória que caminha para consciências puras como esses códigos implantados
no mais profundo de nosso ser.
A consciência está ligada a auto percepção, é o conhecimento
da existência da própria existência.
Como o universo existe dentro de nós a nossa percepção deve atender a
existência de toda partícula criada.
A pureza de nossa consciência é que determina o quanto somos
evoluídos moralmente e o quanto podemos evoluir.