Nossa consciência se forma baseando-se em conceitos
adquiridos em nossas experiências, em nossos conhecimentos tidos como
verdadeiros, e nos códigos divinos que estão em desenvolvimento em nós, tudo
que favorece o desenvolvimentos desses códigos divinos é acoplado como
realidade espiritual permanente.
Nossa ignorância vai se transformando em conhecimento na
medida que estudamos e experimentamos o mundo através dos cinco sentidos, todas
as sensações e conceitos são acumulados influenciando diretamente em nosso julgamento
do que é certo ou errado.
Em nossa atual fase de desenvolvimento moral a maioria de
nossas certezas são mutáveis, devemos estar preparados para negar hoje o que
ontem pregamos como verdade incontestável, demonstrando humidade.
Com discernimento podemos nos melhorar cada dia mais,
admitindo que somos seres imperfeitos em desenvolvimento e portanto sujeitos a
cometer erros de julgamento mesmo no profundo tribunal de nossas consciências.
O discernimento é sem dúvida um conceito importante em
nossas vidas, não só para distinguir o certo do errado mas também para
identificarmos com mais facilidade os espíritos e pessoas que nos rodeiam. A
distinção correta do certo e do errado para os códigos divinos, pelo que já
vimos até aqui é muito difícil de atingir, pois os conceitos por nós
internalizados estará sempre obedecendo os ditames de nossos sentimentos, que
se forem de orgulho e de vaidade, os conceitos serão formulados para satisfazerem
esses sentimentos inferiores, o que destoa dos nobres ideais divinos, perceba
que para perseguir o bem é necessário que tenhamos uma boa dose de
discernimento e mesmo assim nossos sentidos poderão nos enganar mascarando a
verdade em função de ganhos passageiros e superficiais.
A espinha dorsal do discernimento verdadeiro deve sempre
seguir a orientação do divino mestre jesus, que tem esse sentido bastante
desenvolvido. Jesus não adivinhava o bem e nem era inspirado pelo alto sobre o
que era certo ou errado, ele tinha os conceitos certos internalizados e usava
seu próprio poder de discernimento para indicar o que correspondia a vontade de
Deus, ao contrário do que muitos imaginam, Jesus não é Deus e nem foi criado
divino mestre, Deus não criaria seus filhos uns superiores aos outros, se assim
fosse que justiça haveria nisso? Deus criou jesus puro e ignorante como criou
todos nós, jesus com seu esforço e sua dedicação se purificou, internalizou e
praticou os conceitos corretamente, e mesmo depois de estar no céu se colocou à
disposição do pai para sofrer novamente os horrores da carne onde melhor podia
nos ensinar os conceitos por ele internalizados.
Um dos nortes mais eficientes e de fácil acesso disponível
hoje para o desenvolvimento adequado do discernimento, é o evangelho segundo o
espiritismo, mas devemos usar essa ferramenta com cuidado e atenção, pois
sempre corremos o risco de sermos influenciados em nossas interpretações por
maus espíritos ou pelos nossos sentimentos inferiores, as verdades contidas no
evangelho são eternas, mas podemos “sem querer” adaptar a interpretação dessas
verdades às nossas necessidades mais imediatas.
Portanto o correto é estudar e pesquisar com vontade e de
forma incansável, conquistando um elemento do quebra cabeça de cada vez, e
juntando esses elementos com cuidado, sempre se perguntando se nossas
conclusões, de alguma forma, estão ligadas de maneira positiva ao amor
fraterno.
Um importante fato ocorre incansavelmente a cada segundo em
todas as partículas e ondas do universo, nada é estático, tudo se movimenta em
direção a própria evolução, o que era a milésimos de segundos atrás, agora já
não é mais.
Uma consciência suprema comanda todas as consciências, e
cada consciência comanda seus movimentos internos necessários a própria evolução,
determinando pelas leis naturais o próprio ritmo de seu crescimento. Esse
avanço é irrevogável uma vez alcançado um patamar em termos de consciência não
há retorno ao estágio anterior, assim cada um evolui para Deus usando a consciência
para determinar os próprios movimentos evolutivo.
Uma das maiores armadilhas que enfrentamos nesse processo
evolutivo, são os clichês, as vezes ficamos presos à atitudes mentais repetidas
indefinidamente, patinando no mesmo lugar sem se dá conta que estamos
infligindo uma lei natural, que é a lei da impermanência, as vezes vemos
aqueles que nos rodeiam ficarem mais evoluídos, mais leves, mais felizes,
enquanto sofremos cada vez mais no emaranhado cíclico mental que criamos e
mantemos por medo do novo ou por ignorância.
Rebeldia à lei divina
Amar a Deus sobre todas as coisas
Nos disse certo dia, o amigo jesus
E mesmo ensinando tamanha sabedoria
O homem, o pregou na cruz
Amar ao próximo como a si mesmo
Disse o mestre com mãos ensanguentadas
Mas desobedecendo a esse dogma supremo
O homem se destrói em lutas armadas
Amar mesmo seu inimigo
Jesus nos deixou como ensinamento
Mas o homem com suprema ignorância
Desprezou seu mandamento
Honrar pai e mãe
Nos ensinou jesus um dia
Mas o egoísmo humano
Matou nosso mestre com rebeldia
Kleber Lages
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