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segunda-feira, 27 de julho de 2015

LEI DO AMOR

A caminhada da humanidade, neste sentido, não tem sido nada fácil, embora seja normal em relação à eternidade. Quando Moisés ensinou a seu povo o sacrifício de seus animais e bens preciosos a um Deus supremo, já era um trabalho de implantação do amor, pois a Deus não agrada o sacrifício de animais, mas o povo daquela época não estava preparado para entender a importância do desprendimento, que é uma das principais características do amor. Apesar de essas doações serem feitas por temor a um ser supremo e desconhecido, isto de certa forma viria a desenvolver na alma do ser humano, o conceito de desprendimento, já ali implantado em forma de instinto. Jesus chega depois então com um conceito totalmente revolucionário para aquele povo, abole a ideia de um povo escolhido e declara toda a humanidade como filhos de Deus. Agora somos todos irmãos, e pertencendo a uma mesma família. A definição do que é “meu” muda completamente de figura, o desprendimento não poderia mais ser só em função de um ser supremo, mas também em função do seu semelhante, que sendo seu igual passaria a ter os mesmos direitos, além do mais a noção contida em “olho por olho, dente por dente”, pregada anteriormente, não poderia mais existir já que a humildade e o amor eram condições indispensáveis à salvação. Desta forma o ódio que alimentava a vingança também teria que ser abolido.
Nesta tumultuada fase da compreensão do amor pelo homem, só uma elevada moral como a do Cristo poderia implantar com sucesso tal conceito. Para um povo que se consideravam escolhidos para o privilégio de herdar a Terra, foi um choque ouvir Cristo dizer que o reino herdado não seria deste mundo. Só o fato de Jesus falar em herança já foi alarmante para quem não entendia direito o amor. Para o povo de Israel não existia a doação, a posse de bens deveria ser tomada a força, formas de agir que Cristo negou categoricamente e ainda foi mais longe dizendo: “Bem-aventurados os pobres de espírito” (humildes); “Bem-aventurados os brandos e pacíficos” (piedosos); “Bem-aventurados os limpos de coração” (inofensivo a honra do próximo);“Bem aventurado os misericordiosos” ( que não guarda mágoa e continua ajudando mesmo quando ofendido); “Se alguém te ferir na face direita, oferece-lhe também a outra”;” Ao que quer demandar Contigo em juízo; para tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa”; “se alguém te obrigar a ir Carregando mil passos, vai com ele ainda mais outros dois mil”; “Dá a quem te pede, e não voltes às costas ao que deseja que lhe emprestes”; “Ame seus inimigos”. Todos esses conceitos internalizados nos subjugam à lei do progresso. Se quisermos conquistar o reino dos céus, e se há um condicionamento para se alcançar um determinado estado de coisas, então somos súditos desse condicionamento, que aqui no caso são os conceitos, e a partir do momento em que adotamos estes conceitos, passamos também a ser súditos deste estado de coisa; aqui no caso do reino dos céus, somos trabalhadores na construção para expansão deste reino e nosso pagamento é a nossa própria construção traduzida por nossa evolução moral.

Texto inspirado no livro dos espíritos e no Evangelho segundo o espiritismo de Alan Kardec.

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