HANS BALDUNG |
O desejo no ser humano
está sempre ligado ao prazer, este último a princípio tem uma forma abstrato
sendo apenas um objetivo a ser alcançado. O desejo que é o querer está ligado a
alguma carência ou necessidade em alguma parte do ser, e o prazer derivado da
satisfação dessa carência será proporcional ao tamanho da perturbação provocada
por essa carência. Uma forma simples de constatar isso é quando estamos com
sede, tente ficar sem beber água por um tempo e você perceberá que quanto mais
sede você tiver mais vai sentir prazer em beber a água. Neste exemplo podemos
destacar a associação de dois elementos para juntos e ao mesmo tempo satisfazer
dois desequilíbrios em um mesmo corpo, ou seja, se além da sede você tiver
sentindo calor poderá acrescentar gelo à água, e a água mais fria além de matar
sua sede também te refrescará.
Mas não é só nas
necessidades do corpo que o desejo impulsiona a busca pelo prazer, embora
esteja na alma, a origem de todo desejo, ela mesmo tem seus próprios
desequilíbrios e esses desequilíbrios para serem identificados, muitas vezes
requerem um profundo conhecimento não só de si mesmo, mas de tudo relacionado a
toda existência. Assim só o criador supremo é completo em si e, portanto está
livre de carências, nem mesmos as entidades mais elevadas podem se acomodar
achando que está tudo resolvido em si mesma. A atitude diante desta questão tem
sido um dos principais catalizadores de um dos maiores males da era moderna que
é a depressão, o depressivo geralmente toma remédio a vida inteira mantendo a
mente entorpecida na tentativa de driblar um problema que a psicologia não
consegue identificar, isso ocorre pelo fato de que nossa ciência ainda trata o
problema de forma muito superficial e o problema é de uma profundidade ainda
inatingível. Na maioria dos casos a depressão é um problema emocional, basta
olharmos para seus sintomas para percebermos claramente isto: tristeza,
angústia e ansiedade entre outros são manifestações da alma. Este é um quadro
que não pode ser visto como um simples trauma.
Na concepção da
psicologia hoje os quadros traumáticos são definidos de forma muito
superficial, não só no campo da emoção, mas também no real sentido existencial humano.
Partindo do princípio de que Deus existe no
mínimo nos falta o conhecimento e a interação mais íntima com este ser que
teoricamente é nosso Criador e, portanto nosso Pai, tomando este raciocínio
como referência podemos fazer um paralelo usando situações de nosso cotidiano,
se você é próximo de alguém que não conheceu o pai ou a mãe tente inquirir de
forma mais profunda a mente desta pessoa e verá o efeito constrangedor que este
fato provoca, muitos são depressivos e muitos dedicam a vida inteira a procura
do genitor desconhecido, se o desconhecimento do pai terreno provoca reações
tão arrasadoras imagine então o que provoca o desconhecimento de nosso Criador
e Pai maior, é esta também o fundo da maioria das crises existenciais, o que as
pessoas procuram na maioria desses casos não é um sentido para a vida, é o
sentido da vida, é um vazio existencial que busca o real objetivo da alma e não
o objetivo do eu pessoal em relação a vida material que tem.
Muitas vezes a pessoa
se intelectualiza e percebe dentro de si valores aí existentes que a sociedade
despreza e até nega a existência, mas se você está sentindo isto, está
percebendo através da intuição, então uma questão precisa ser resolvida; quem
está enganando seus sentidos? Sua alma ou a sociedade representada nas pessoas
de seu convívio? A resposta pode parecer obvia para alguns, mas para a pessoa
pouco espiritualizada ou muito materialista, esta é uma questão difícil, algo
sempre vai estar mal resolvido, e o pior, esta pessoa não sabe que algo é este,
nem de onde vem, e é este um dos grandes perigos da depressão.
Mal orientada a pessoa
busca suprir este vazio no mundo exterior, em viagens longas e caras, em
excursões noturnas ou em outro subterfugio qualquer, terá então, pelo simples
desvio do foco da atenção um alívio temporário de forma similar ao provocado
pelos fármacos, fácil então perceber que subterfúgios não são realidades, são
fugas e não irão preencher o vazio, a cura neste caso passa sempre por uma
reforma interior, buscando dentro de si valores que devem ser transmutados para
suprir carências da alma e não da vida material. Afora a busca de caráter
existencial, outras situações também podem provocar desarranjos íntimos
passíveis de desencadear depressão, mas todas estarão ligadas a alma.
A pessoa, por exemplo,
muito egoísta ou insegura acumulará uma ansiedade incomum no afã de acumular
bens materiais, esta ansiedade de longo tempo acumulará consigo uma grande
carga de frustrações e decepções, já que a conquista de bens materiais pode se
tornar infinita, conforme a forma que a pessoa tiver de encarar este fato. É um
objetivo que nunca será alcançado, a pessoa estará sempre envolvida em
situações de stress alarmantes já que nossa sociedade ainda está voltada
inteiramente para os bens matérias, o que torna esses bens bastante disputados
pelos membros da sociedade.
Além deste estado de
observação das emoções característica da alma, que já é um tanto superficial
para a humanidade encarnada, outro fator ainda mais transcendental colabora não
só para o aprimoramento do quadro depressivo, mas também para sua criação em
épocas remotas.
Os espíritos em sua
escala evolutiva passam por várias encarnações sofrendo em cada uma delas a
ação transformadora das leis naturais, em cada encarnação vivida uma personalidade
parcialmente independente é formada e integrada ao agente principal que é o
espirito, tudo que os sentidos materiais como; tato, visão, audição etc.
experimentaram ficam registrados, alguns fatores nesses casos são mais
transformadores, entre eles o sofrimento, o amor e o conhecimento. Através
desses três elementos a alma se depura eliminando quadros traumáticos
componentes da depressão, assim esses quadros não mais farão parte do registro
do espirito como uma força negativa, no entanto em uma só encarnação não se
resolve todos os problemas existenciais, que passa então, a próxima encarnação
para serem resolvidos, infelizmente esses problemas nem sempre passam de uma
encarnação para outra diminuídos, pois em alguns casos o egoísmo e a falta de fé
do espirito acabam por aumentar este problema que passa para próxima encarnação
maior do que era na anterior.
Poderia se questionar
com propriedade quais os parâmetros usados para definir um registro mental como
negativo ou positivo? A resposta para esta questão não é atual, apenas não foi
observada com a devida atenção. Um filósofo grego já afirmava a milhares de
anos atrás a existência de um modelo perfeito para tudo que existe; isto em
parte é verdade, e se aplica a raça humana, não aprofundaremos aqui nos
detalhes da constituição deste modelo, mas posso adiantar que aos habitantes do
nosso orbe o principal modelo de pureza usado é Jesus. O espirito é criado com
todos os princípios necessários, esses princípios estão implantados dentro do
espirito, e são sua essência principal, qualquer fator contrário a eles serão
combatidos para que de forma consciente o espírito assuma uma posição favorável
ao desenvolvimento desses princípios, todos esses princípios existem em função
de um mais nobre que é o amor e que deverá levar o homem a felicidade.
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