No intuito de esclarecer um pouco mais sobre as razões de nossos
sofrimentos gostaria de lembrar que somos regidos pela lei da ação e da reação-
tudo que você faz de ruim ou de bom será atraído pra você mais tarde, em alguns
casos, através dos registros em nosso subconsciente, como está sendo amplamente
discutido aqui. Além disso, levando em consideração a característica de nossa
mente, em relação ao fato dos iguais se atraírem e dos opostos se repelirem,
podemos pensar da seguinte forma: sempre que através da reforma íntima depuramos
nossos defeitos morais, integramos ao nosso ser, energia positiva sendo que
esta está depurada até seu ultimo estágio e não se transforma mais, ou seja, de
todas as energias que envolvem nosso mundo interior e exterior, o amor é a mais
pura, não tendo mais para onde evoluir, motivo pelo qual tem sua natureza
intransmutável. É este sentimento também o ápice de nossa evolução moral, o
amor fraterno que conquistamos passa a ser eterno em nós e quanto mais porções
deste amor formos agregando, mais nos aprimoramos na função de nossa natureza
divina, que é assessorar o pai na construção do universo.
Este é um caso ambíguo no sentido de quanto mais se tem mais se recebe.
A agregação de amor a sua
natureza divina sempre te oferecerá ferramentas mais eficientes para agregar
mais amor, e o melhor é que você não precisa entender como e nem o porquê isto
acontece para fazer acontecer. O amor por ser uma energia de instância final,
rege a si próprio. Suas leis são cíclicas sempre levando o amor a gerar e
acumular mais amor, e esta é uma das setas da ambiguidade do amor neste sentido.
No mesmo sentido, mas de forma paralela, o amor se acumula também quando
obedecemos ao impulso gerado pela expressão do amor. Se você se sente
penalizado com a situação de alguém e tenta ajuda-lo, este ato elevará a potência
do seu amor interno, além de te trazer outros benefícios mais concretos- por um
lado você despertará gratidão no interior do beneficiado e esta é um sentimento
que mais cedo ou mais tarde sempre traz retorno, ao mesmo tempo esta ação
ficará gravada também na memória cósmica, que detalharemos posteriormente.
Estas situações permitindo o acréscimo de algo a quem já tem, pode de
forma ilusória nos remeter a ideia de injustiça, mas na verdade todo este
esquema obedece a uma regra da lei da ação e reação, onde os iguais se atraem
como já foi dito. É uma condição indispensável para nosso acesso à felicidade
real conforme orientação do nosso mestre Jesus em “amar ao próximo como a se
mesmo”. Desta forma, não existe injustiça, pois todos serão beneficiados mais
cedo ou mais tarde, dependendo da intensidade da vontade de cada um.
Todo este pensar em torno do amor talvez desfoque alguns leitores da discussão
original deste tema que te recordo não é o amor, é nosso sofrimento. Quem quiser
se aprofundar mais no tema Amor, pode ir direto ao capítulo que trata das leis
naturais.
Voltemos então ao porque do nosso sofrimento. Como dizia eu no início da
discussão, no caso dos sentimentos os iguais se atraem, e isto serve também
para os sentimentos negativos como no caso do egoísmo, onde se aplicam as
mesmas leis do amor expostas acima; ou seja, quanto mais você dá razão às
expressões do sentimento de egoísmo mais este egoísmo cresce dentro de você e
mais egoísmo você atrai. Já tendo explicado como e porque isto ocorre nos
parágrafos acima, não me aprofundarei muito no tema para não parecer
repetitivo. Tudo isso exposto então, pense na seguinte situação: aquele que tem
muitos defeitos morais sofre mais, e ainda tem muito que sofrer para alcançar o
objetivo de sua alma, que é imagem e semelhança de Deus, tendo por este motivo
como objetivo, amar para ser feliz; aquele que tem mais qualidades morais, já percorreu
um maior trecho do caminho e, portanto, já aprendeu mais, e tem menos a sofrer.
Perceba que sempre que me referir aqui à felicidade ou sofrimento estarei
falando da alma e não do conforto ou desconforto material,- são duas coisas
diferentes, como disse muito bem o mestre “dai a César o que é de César”, ou
seja, dai a carne o que é da carne, e ao espírito o que ao espírito pertence.
O conforto material na maioria das vezes é gerado pelo supérfluo e
conquistado pela força da ambição e do orgulho, que tanta humilhação e
sofrimento trazem ao próximo, ao contrário da paz de espírito que requer o
equilíbrio interno gerado pela certeza de que se está trilhando o caminho reto.
Neste caso, a consciência espiritual cobra o erro cometido, tendo assim, o
faltante, consciência do erro que está gerando seu sofrimento.
No caso do conforto material gerado pela ambição, a própria ambição já é
um erro e como não pode coexistir o erro com a consciência espiritual, as leis
naturais promovem esta cobrança de forma inconsciente, assim o faltante nunca
saberá por que está sofrendo, pois se admitir que a ambição é um erro, terá que
abandoná-la, o que acarretará na perda de ganhos secundários para o
subconsciente e de ganhos materiais já conquistados.
Em nosso interior o que determina o grau de sofrimento é a pressão
interna exercida pelos nossos sentimentos negativos. São como um bloqueio a ser
furado para alcançar o objetivo de nossa alma. Este equilíbrio não existe entre
o bem e o mal, existe sim na eliminação do mal em função do bem; assim sofre
mais quem preserva os sentimentos mais próximos dos instintos, sendo mais feliz
aquele que se aproxima mais do amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo.
Note, porém, que estamos falando
aqui da existência da alma e não das personalidades desenvolvidas pelo espírito
em cada encarnação. Como já sabemos essas personalidades só existem em função
do espírito, e até o momento que agregam valores a este, a partir daí serão
aparadas suas arestas lapidando-as a ferro e fogo conforme a dureza da natureza
de cada uma. O mal causa o sofrimento gerando nas inconsequentes consciências
mal instruídas, o potencial da crueldade animalesca do ser humano, enquanto o
bem gera o equilíbrio nos levando ao alívio que nasce na tranquilidade da paz
de espírito.
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