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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

PRAZER E DEPRESSÃO

HANS BALDUNG

O desejo no ser humano está sempre ligado ao prazer, este último a princípio tem uma forma abstrato sendo apenas um objetivo a ser alcançado. O desejo que é o querer está ligado a alguma carência ou necessidade em alguma parte do ser, e o prazer derivado da satisfação dessa carência será proporcional ao tamanho da perturbação provocada por essa carência. Uma forma simples de constatar isso é quando estamos com sede, tente ficar sem beber água por um tempo e você perceberá que quanto mais sede você tiver mais vai sentir prazer em beber a água. Neste exemplo podemos destacar a associação de dois elementos para juntos e ao mesmo tempo satisfazer dois desequilíbrios em um mesmo corpo, ou seja, se além da sede você tiver sentindo calor poderá acrescentar gelo à água, e a água mais fria além de matar sua sede também te refrescará.
Mas não é só nas necessidades do corpo que o desejo impulsiona a busca pelo prazer, embora esteja na alma, a origem de todo desejo, ela mesmo tem seus próprios desequilíbrios e esses desequilíbrios para serem identificados, muitas vezes requerem um profundo conhecimento não só de si mesmo, mas de tudo relacionado a toda existência. Assim só o criador supremo é completo em si e, portanto está livre de carências, nem mesmos as entidades mais elevadas podem se acomodar achando que está tudo resolvido em si mesma. A atitude diante desta questão tem sido um dos principais catalizadores de um dos maiores males da era moderna que é a depressão, o depressivo geralmente toma remédio a vida inteira mantendo a mente entorpecida na tentativa de driblar um problema que a psicologia não consegue identificar, isso ocorre pelo fato de que nossa ciência ainda trata o problema de forma muito superficial e o problema é de uma profundidade ainda inatingível. Na maioria dos casos a depressão é um problema emocional, basta olharmos para seus sintomas para percebermos claramente isto: tristeza, angústia e ansiedade entre outros são manifestações da alma. Este é um quadro que não pode ser visto como um simples trauma.
Na concepção da psicologia hoje os quadros traumáticos são definidos de forma muito superficial, não só no campo da emoção, mas também no real sentido existencial humano.
 Partindo do princípio de que Deus existe no mínimo nos falta o conhecimento e a interação mais íntima com este ser que teoricamente é nosso Criador e, portanto nosso Pai, tomando este raciocínio como referência podemos fazer um paralelo usando situações de nosso cotidiano, se você é próximo de alguém que não conheceu o pai ou a mãe tente inquirir de forma mais profunda a mente desta pessoa e verá o efeito constrangedor que este fato provoca, muitos são depressivos e muitos dedicam a vida inteira a procura do genitor desconhecido, se o desconhecimento do pai terreno provoca reações tão arrasadoras imagine então o que provoca o desconhecimento de nosso Criador e Pai maior, é esta também o fundo da maioria das crises existenciais, o que as pessoas procuram na maioria desses casos não é um sentido para a vida, é o sentido da vida, é um vazio existencial que busca o real objetivo da alma e não o objetivo do eu pessoal em relação a vida material que tem.
Muitas vezes a pessoa se intelectualiza e percebe dentro de si valores aí existentes que a sociedade despreza e até nega a existência, mas se você está sentindo isto, está percebendo através da intuição, então uma questão precisa ser resolvida; quem está enganando seus sentidos? Sua alma ou a sociedade representada nas pessoas de seu convívio? A resposta pode parecer obvia para alguns, mas para a pessoa pouco espiritualizada ou muito materialista, esta é uma questão difícil, algo sempre vai estar mal resolvido, e o pior, esta pessoa não sabe que algo é este, nem de onde vem, e é este um dos grandes perigos da depressão.
Mal orientada a pessoa busca suprir este vazio no mundo exterior, em viagens longas e caras, em excursões noturnas ou em outro subterfugio qualquer, terá então, pelo simples desvio do foco da atenção um alívio temporário de forma similar ao provocado pelos fármacos, fácil então perceber que subterfúgios não são realidades, são fugas e não irão preencher o vazio, a cura neste caso passa sempre por uma reforma interior, buscando dentro de si valores que devem ser transmutados para suprir carências da alma e não da vida material. Afora a busca de caráter existencial, outras situações também podem provocar desarranjos íntimos passíveis de desencadear depressão, mas todas estarão ligadas a alma.
A pessoa, por exemplo, muito egoísta ou insegura acumulará uma ansiedade incomum no afã de acumular bens materiais, esta ansiedade de longo tempo acumulará consigo uma grande carga de frustrações e decepções, já que a conquista de bens materiais pode se tornar infinita, conforme a forma que a pessoa tiver de encarar este fato. É um objetivo que nunca será alcançado, a pessoa estará sempre envolvida em situações de stress alarmantes já que nossa sociedade ainda está voltada inteiramente para os bens matérias, o que torna esses bens bastante disputados pelos membros da sociedade.
Além deste estado de observação das emoções característica da alma, que já é um tanto superficial para a humanidade encarnada, outro fator ainda mais transcendental colabora não só para o aprimoramento do quadro depressivo, mas também para sua criação em épocas remotas.
Os espíritos em sua escala evolutiva passam por várias encarnações sofrendo em cada uma delas a ação transformadora das leis naturais, em cada encarnação vivida uma personalidade parcialmente independente é formada e integrada ao agente principal que é o espirito, tudo que os sentidos materiais como; tato, visão, audição etc. experimentaram ficam registrados, alguns fatores nesses casos são mais transformadores, entre eles o sofrimento, o amor e o conhecimento. Através desses três elementos a alma se depura eliminando quadros traumáticos componentes da depressão, assim esses quadros não mais farão parte do registro do espirito como uma força negativa, no entanto em uma só encarnação não se resolve todos os problemas existenciais, que passa então, a próxima encarnação para serem resolvidos, infelizmente esses problemas nem sempre passam de uma encarnação para outra diminuídos, pois em alguns casos o egoísmo e a falta de fé do espirito acabam por aumentar este problema que passa para próxima encarnação maior do que era na anterior.

Poderia se questionar com propriedade quais os parâmetros usados para definir um registro mental como negativo ou positivo? A resposta para esta questão não é atual, apenas não foi observada com a devida atenção. Um filósofo grego já afirmava a milhares de anos atrás a existência de um modelo perfeito para tudo que existe; isto em parte é verdade, e se aplica a raça humana, não aprofundaremos aqui nos detalhes da constituição deste modelo, mas posso adiantar que aos habitantes do nosso orbe o principal modelo de pureza usado é Jesus. O espirito é criado com todos os princípios necessários, esses princípios estão implantados dentro do espirito, e são sua essência principal, qualquer fator contrário a eles serão combatidos para que de forma consciente o espírito assuma uma posição favorável ao desenvolvimento desses princípios, todos esses princípios existem em função de um mais nobre que é o amor e que deverá levar o homem a felicidade.      

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