Um aspecto interessante do sonho
é que ele pode significar um aviso de acontecimentos que pode vir a se realizar
em nossa vida material, nesse caso a tendência é que eles se tornam repetitivos
e nos cause certo incomodo.
Outro aspecto interessante é que
apenas nossa fé atesta que nosso cotidiano é uma realidade, sendo nosso
espirito invisível, muitos podem imagina-lo como um sonho, mas se nosso
espirito sendo eterno representa uma real existência, nossa existência na carne
é apenas um sonho e quando retornarmos para o mundo espiritual essas vivencias
na matéria não passarão de mera lembranças, o que faz da vida na matéria apenas
um sonho duradouro, mas finito, definindo a vida no espirito como permanente e
real, o que eu quero dizer é que o sonho noturno, durante o sono, quando se
trata de encontros com outros espíritos ou de viagem astral do espirito, pode
significar uma realidade maior do que nosso cotidiano.
Fala-se muito em desdobramento ou
viagem astral, mas na verdade conseguimos nos lembrar muito pouco do que ocorre
conosco nessas situações, a maioria das pessoas classificam essas viagens espirituais
noturnas como sonhos e tentam interpreta-las como tal, embora possa ser vista
como um tipo de sonho, essa é uma situação bastante real para o espirito que
verdadeiramente se liberta do corpo material nesses momentos.
É bom sempre estarmos atento ao
fato de que só conseguimos recordar dos nossos sonhos quando eles provocam em
nossos cérebros sentimentos profundos ou em caso da necessidade de nossos
mentores precisarem nos passar algum recado através do sonho, dificilmente nos
lembramos de encontros com outros espíritos em situação de sonho ou
desdobramento, exceto quando há necessidade de que isso ocorra.
Trecho do livro “as leis
espirituais” pag 60
Então, os sonhos têm uma interpretação?
Os que são ajuda do mundo
espiritual sim, têm interpretação. Existem símbolos comuns para todos.
Normalmente, no próprio símbolo está a chave para a interpretação do sonho. Os
touros representam provas ou tentações materiais. As crianças, o sentimento. A
água, a afetividade. Se estiver limpa, é que a afetividade também o está. Se a
água estiver turva, é que há algo sombrio nessa afetividade. Pode representar
intenções egoístas. Uma casa representa o interior espiritual. Se alguém entra
numa casa por uma janela e não pela porta é que não é sincero, esconde algo ou
tenta manipular. Andar por caminhos com maior ou menor dificuldade, seja a pé
ou conduzindo um veículo, costuma representar o caminho espiritual, e os
obstáculos que se encontram nesse caminho representam as provas que iremos
encontrar. O gelo pode representar agrado. Cair significa uma deterioração
emocional brusca, como uma depressão.
Pode-se aprender a
interpretá-los. Geralmente, no próprio sonho está a chave para a interpretação,
e o próprio espírito intui se o sonho é ou não importante e se é ou não
significativo para si mesmo. Se o próprio não o sabe interpretar, o mundo
espiritual dá-lhe as pistas de que necessita para o poder fazer. Mas, em
primeiro lugar, é preciso ter vontade para aprofundar o conhecimento de si
mesmo e dos sonhos que nos são dados para nos auxiliarem nesse processo.
Por fim podemos verificar no
livro de André Luiz intitulado conduta espirita os sábios conselhos que se
seguem;
PERANTE OS SONHOS
Encarar com naturalidade os sonhos que
possam surgir durante o descanso físico, sem preocupar-se aflitivamente com
quaisquer fatos ou ideias que se reportem a eles.
Há mais sonhos em vigília que no sono
natural.
Extrair sempre os objetivos edificantes
desse ou daquele painel entrevisto em sonho.
Em tudo há sempre uma lição.
Repudiar as interpretações supersticiosas
que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos
mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades da existência em
preocupação viciosa e fútil. Objetivos elevados, tempo aproveitados.
Acautelar-se quanto às comunicações inter
vivos, no sonho vulgar, pois, conquanto o fenômeno seja real, a sua
autenticidade é bastante rara.
O Espírito encarnado é tanto mais livre no
corpo denso, quanto mais escravo se mostre aos deveres que a vida lhe
preceitua.
Não se prender demasiadamente aos sonhos de
que recorde ou às narrativas oníricas de que se faça ouvinte, para não descer
ao terreno baldio da extravagância.
A lógica e o bom senso devem presidir a todo
raciocínio.
Preparar um sono tranquilo pela consciência
pacificada nas boas obras, acendendo a luz da oração, antes de entregar-se ao
repouso normal.
A inércia do corpo não é calma para o Espírito aprisionado à tensão.
Admitir os diversos tipos de sonhos,
sabendo, porém, que a grande maioria deles se originam de reflexos psicológicos
ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico. O Espírito encarnado
e o corpo que o serve respiram em regime de reciprocidade no reino das
vibrações.
“E rejeita as questões loucas...” — Paulo. (II TIMÓTEO, 2:23.)
O sonho conforme o livro dos espíritos
402. Como podemos julgar da liberdade
do Espírito durante o sono?
“Pelos sonhos”. Quando o corpo
repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de
vigília.
Lembra-se do passado e algumas
vezes prevê o futuro.
Adquire maior potencialidade e
pode pôr-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo, quer
do outro. Dizes frequentemente: Tive um sonho extravagante, um sonho
horrível, mas absolutamente inverossímil.
Enganas-te. É amiúde uma
recordação dos lugares e das coisas que viste ou que verás em outra existência
ou em outra ocasião. Estando entorpecido o corpo, o Espírito trata de quebrar
seus grilhões e de investigar no passado ou no futuro.
O sonho é a lembrança do que o
Espírito viu durante o sono. Notai, porém, que nem sempre sonhais. Que quer
isso dizer? Que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que haveis
visto, enquanto dormíeis. É que não tendes então a alma no pleno
desenvolvimento de suas faculdades.
Muitas vezes, apenas vos fica a
lembrança da perturbação que o vosso Espírito experimenta à sua partida ou no
seu regresso, acrescida da que resulta do que fizestes ou do que vos preocupa
quando despertos. A não ser assim, como explicaríeis os sonhos absurdos, que
tanto os sábios, quanto as mais humildes e simples criaturas têm? Acontece
também que os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas
fracas e pusilânimes.
Em suma, dentro em pouco vereis
vulgarizar-se outra espécie de sonhos. Conquanto tão antiga como a de que vimos
falando, vós a desconheceis. Refiro-me aos sonhos de Joana, ao de Jacob, aos
dos profetas judeus e aos de alguns adivinhos indianos. São recordações
guardadas por almas que se desprendem quase inteiramente do corpo, recordações
dessa segunda vida a que ainda há poucos aludiam.
“Tratai de distinguir essas duas
espécies de sonhos nos de que vos lembrais, do contrário cairíeis em
contradições e em erros funestos à vossa fé.”
Os sonhos são efeito da
emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida
ativa e de relação.
Daí uma espécie de clarividência
indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros
mundos. Daí também a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente
existência ou das existências anteriores. As singulares imagens do que se passa
ou se passou em mundos desconhecidos, entremeados de coisas do mundo atual, é
que formam esses conjuntos estranhos e confusos, que nenhum sentido ou ligação
parecem ter.
A incoerência dos sonhos ainda
se explica pelas lacunas que apresenta a recordação incompleta que conservamos
do que nos apareceu quando sonhávamos. É como se a uma narração se truncassem
frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma
significação racional teriam.
403. Por que não nos lembramos sempre
dos sonhos?
“Em o que chamas sono, só há o
repouso do corpo, visto que o Espírito está constantemente em atividade.
Recobra, durante o sono, um pouco da sua liberdade e se corresponde com os que
lhe são caros, quer neste mundo, quer em outros. Mas, como é pesada e grosseira
a matéria que o compõe, o corpo
dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, porque a
este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais.”
404. Que se deve pensar das
significações atribuídas aos
sonhos?
“Os sonhos não são verdadeiros
como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que
sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que
apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, frequentemente,
nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também, como
atrás dissemos, um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do
que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta. Não se contam
por muitos os casos de pessoas que em sonho aparecem a seus parentes e amigos,
a fim de avisá-los do que a
elas está acontecendo? Que são
essas aparições senão as almas ou Espíritos de tais pessoas a se comunicarem
com entes caros? Quando tendes certeza de que o que vistes realmente se deu,
não fica provado que a imaginação nenhuma parte tomou na ocorrência, sobretudo
se o que observastes não vos passava pela mente quando em vigília?”
405. Acontece com frequência verem-se
em sonho coisas que parecem um pressentimento, que, afinal, não se confirma. A
que se deve atribuir isto?
“Pode suceder que tais pressentimentos
venham a confirmar-se apenas para o Espírito. Quer dizer que este viu aquilo
que desejava, foi ao seu encontro. É preciso não esquecer que, durante o
sono, a alma está mais ou menos sob a influência da matéria e que, por
conseguinte, nunca se liberta completamente de suas ideias terrenas, donde
resulta que as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a
aparência do que se deseja, ou do que se teme. A isto é que, em verdade, cabe
chamar-se efeito da imaginação. Sempre que uma idéia nos preocupa fortemente,
tudo o que vemos se nos mostra ligado a essa ideia.”
406. Quando em sonho vemos pessoas
vivas, muito nossas conhecidas, a praticarem atos de que absolutamente não
cogitam, não é isso puro efeito de imaginação?
“De que absolutamente não
cogitam, dizes. Que sabes a tal respeito? Os Espíritos dessas pessoas vêm
visitar o teu, como o teu os vai visitar, sem que saibas sempre o em que eles
pensam. Demais, não é raro atribuirdes, de acordo com o que desejais, a pessoas
que conheceis, o que se deu ou se está dando em outras existências.”