Todos os vícios e defeitos têm sua origem no orgulho no egoísmo e na
vaidade, sendo estes uma variação do orgulho.
A manifestação do orgulho é uma
sensação de superioridade, um completo desamor ao próximo, é o egoísmo
concentrando em si o amor, o orgulhoso ama a si mesmo acima de tudo e, às vezes,
até acima de Deus.
Pela falta de amor ao próximo, o
orgulho despreza os que acham que estão abaixo de si, também é contrário a
humildade, produz o egoísmo que é o medo de perder a superioridade que
considera seu bem maior e produz a vaidade que é uma necessidade de aumentar o
poder de sedução para satisfação dos mais rudimentares instintos. São esses
instintos as primeiras armas do egoísmo sempre tendo como plataforma o medo da
doce e suave humildade.
O orgulho distancia as pessoas e até provoca tragédias
irreversíveis. Geralmente não aceitamos
ordens dos chefes ou mesmo conselhos dos mais velhos por orgulho, o que nos
trás muitas consequências desagradáveis. Há uma espécie de vaidade que se chama
“vaidade intelectual”, por isso quando nos consideramos mais preparados do que
o nosso chefe; temos dificuldade em aceitar suas ordens. Por detrás desse tipo
de orgulho: a inveja, o egoísmo, a falta de fé na justiça divina, a insegurança
(necessidade de demonstrar competência), o medo, entre outras coisas e é essa
justamente uma das dificuldades em combater o orgulho, pois são manifestações
inconscientes que a luz da consciência poderia “diminuir” o tamanho de nosso
ego, como o orgulho é uma característica da alma que traz em si uma energia
potencial muito grande. Em outras palavras, pode que bloquear as alavancas por trás de si em
uma atitude de autodefesa e acaba criando um ciclo vicioso, partindo da inveja,
indo até o orgulho e retornando a inveja, quando for essa a alavanca do
orgulho.
Tratar de defeitos morais não é coisa fácil justamente por serem muito subjetivos,
mas no caso do orgulho como em quase todos os defeitos da alma, o amor ao
próximo o anularia já que o calor do amor impede humilhar a quem a gente ama.
Outra forma é vigiar suas
atitudes pensamentos e sentimentos a cada minuto do seu dia sempre direcionando
a vontade na tentativa de se aprimorar moralmente.
Santo Agostinho usava uma forma eficiente e simples para resolver esses
problemas. Todos os dias antes de se deitar ele passava em revista tudo que
tinha feito durante o dia analisando se tinha desagradado ou prejudicado
alguém. A fé inabalável na felicidade futura pela prática do bem, também tende
a neutralizar o orgulho.
Como podemos observar, o orgulho é o contrário da humildade e da
caridade, por isso o grau de evolução espiritual da pessoa pode ser medido pela
força do impulso de caridade, que manifesta claramente características próprias
como: doçura, afabilidade, carinho, ternura, benevolência, abnegação e
devotamento. Geralmente os olhos, os gestos, a voz, o desapego da pessoa
revelam essas características da caridade.