Amedeo |
André Luiz no capitulo 18 de seu livro, Evoluções em dois mundos, nos brinda com a transmissão de seus
conhecimentos através dos médiuns Francisco Candido Xavier e Divaldo Franco.
Neste trecho ele diz o seguinte
sobre a origem do instinto sexual: “Todas as nossas referências a semelhantes
peças do trabalho biológico, nos reinos da Natureza, objetivam simplesmente
demonstrar que, além da trama de recursos somáticos, a alma guarda a sua
individualidade sexual intrínseca, a definir-se na feminilidade ou na
masculinidade, conforme os característicos acentuadamente passivos ou
claramente ativos que lhe sejam próprios.
A sede real do sexo não se acha, dessa maneira, no veículo físico, mas
sim na entidade espiritual, em sua estrutura complexa.
E o instinto sexual, por isso mesmo, traduzindo amor em expansão no
tempo, vem das profundezas, para nós ainda inabordáveis, da vida, quando
agrupamentos de monadas celestes se reuniram magneticamente umas às outras para
a obra multimilenária da evolução, ao modo de núcleos e eletrões na tessitura
dos átomos, ou dos sóis e dos mundos nos sistemas macrocósmicos da Imensidade.
Por ele, as criaturas transitam de caminho a caminho, nos domínios da
experimentação multifária, adquirindo as qualidades de que necessitam; com ele,
vestem-se da forma física, em condições anômalas, atendendo a sentenças
regeneradoras na lei de causa e efeito ou cumprindo instruções especiais com
fins de trabalho justo.” É um conforto sabermos que nossa sexualidade foi
formada nas primeiras junções das partículas subatômicas para formações de
nosso espírito, mas ao mesmo tempo isto eleva nosso grau de responsabilidade,
ao percebermos que esse instinto não só servirá como ferramenta para nossa
reprodução e, consequente, perpetuação de espécie, mas que também se evoluirá
para o sentimento mais nobre existente que é o amor.
Conforme podemos observar o instinto sexual, a princípio, se define
obedecendo a sequência das partículas que se aglomeram por atração magnética. Isto
ocorre apenas na primeira encarnação, nas subsequentes a masculinidade ou a
feminilidade do já formado espírito será definido no plano espiritual, por
entidades encarregadas desse mister. Essas
entidades obedecem a regras predeterminadas, e definirá o sexo do espírito em
sua próxima reencarnação obedecendo as necessidades evolutivas desse espírito.
Já que estamos falando aqui também sobre personalidade, um fato
importante ocorre com elas no quesito sexo. Explico: quando em uma encarnação o
espírito vem como mulher e passa por problemas traumáticos como estupro, as
marcas deixadas nesta personalidade serão profundas e se não forem resolvidas,
na próxima encarnação este espírito pode por necessidade se encarnar como
homem, e esta personalidade da vida anterior virá mal resolvida e desacoplada
do bloco principal tentando constantemente se expressar, o que pode gerar nos
mais desavisados, uma confusão em relação as suas tendências sexuais. Naturalmente
nem todos os bissexuais se enquadram neste sistema, temos por exemplo, aqueles
casos em que em uma encarnação o espírito abusa deliberadamente da sexualidade
e em consequência disso reencarna com problemas de bissexualidade para que o
sofrimento gerado nestas condições adversas force o espírito endurecido a
buscar o entendimento sobre as reais utilidades do sexo. Lembre-se que
personalidades de vidas passadas são encarnações anteriores vividas pelo espírito,
cada encarnação forma uma personalidade que nem sempre consegue se acoplar de
forma adequada ao espirito.
Ainda citando André Luiz podemos constatar no mesmo capitulo 18 o
seguinte: “Entretanto, importa reconhecer que à medida que se nos dilata o
afastamento da animalidade quase absoluta, para a integração com a Humanidade,
o amor assume dimensões mais elevadas, tanto para os que se verticalizam na
virtude como para os que se horizontalizam na inteligência.
Nos primeiros, cujos sentimentos se alteiam para as Esferas Superiores,
o amor se ilumina e purifica, mas ainda é instinto sexual nos mais nobres
aspectos, imanizando-se às forças com que se afina em radiante ascensão para
Deus.
Nos segundos, cujas emoções se complicam, o amor se requinta,
transubstanciando-se o instinto sexual em constante exigência de satisfação
imoderada do “eu”.
De conformidade com a Psicanálise, que vê na atividade sexual a procura
incessante de prazer, concordamos em que uns, na própria sublimação, demandam o
prazer da Criação, identificando-se com a Origem Divina do Universo, enquanto
que outros se fixam no encalço do prazer desenfreado e egoístico da auto
adoração.
Os primeiros aprendem a amar com Deus. Os segundos aspiram a ser amados
a qualquer preço.
A energia natural do sexo, inerente à própria vida em si, gera cargas magnéticas
em todos os seres, pela função criadora de que se revestem cargas que se
caracterizam com potenciais nítidos de atração no sistema psíquico de cada um e
que, em se acumulando, invadem todos os campos sensíveis da alma, como que a
lhe obliterar os mecanismos, outros de ação, qual se estivéssemos diante de uma
usina reclamando controle adequado.
Ao nível dos brutos ou daqueles que lhes renteiam a condição, a descarga
de semelhante energia se efetua, indiscriminadamente, através de contatos,
quase sempre desregrados e infelizes, que lhes carreiam, em consequência, a
exaustão e o sofrimento como processos educativos.”
Pelo dito do primeiro paragrafo podemos entender que, à medida que
crescemos moralmente e intelectualmente, o amor em nós se depura e aumenta. No caso
da evolução moral, apesar da ascensão a esferas superiores, o espírito ainda
preserva o instinto sexual embora este instinto não sirva mais para os mesmos
fins que serviam originalmente. Já no caso dos que evoluem mais no sentido
intelectual também o amor vai se depurando, mas o instinto sexual continua
exigindo sua satisfação. Os primeiros usam com mais responsabilidade o ato
sexual visando puramente a reprodução, enquanto que os segundos visam
simplesmente o prazer que o sexo proporciona.
Vale ressaltar aqui que na grande
maioria dos casos as pessoas que adquire conhecimentos espirituais também busca
o engrandecimento do amor em si. É o que você, que interessou por este livro
busca, “reforma íntima”.